Brasil e Estados Unidos apresentam, respectivamente, 2% e 3% de taxa de vendas online neste setor. Especialista da Simplus aponta para a falta de informações
O Brasil ainda tem um grande potencial a ser explorado no campo das compras online de supermercado. Enquanto quase 90% da população visita as redes para abastecer seus lares, somente 2% dos brasileiros optam pela internet para repor a despensa.
Os números são resultado de um estudo da Associação Paulista de Supermercados (APAS) em parceria com o Ibope Inteligência em 2018. De acordo com Wellington Machado, CEO da Simplus, empresa especializada em sistemas de varejo, a falta de informação é o principal entrave para o crescimento do supermercado no e-commerce.
Hoje, o maior desafio do setor de supermercados é levar a mesma experiência que o consumidor tem na loja física para o site ou aplicativo da marca. Por isso, as principais redes do Brasil se reuniram na sede da APAS para encontrar maneiras de potencializar as vendas online.
De acordo com o CEO da Simplus, a principal dificuldade das redes na internet é identificar os produtos que o consumidor tem interesse e trazer as informações sobre cada um deles, como origem, se é orgânico, etc. “Em uma experiência digital, quando o consumidor busca produtos orgânicos ele quer ter a certeza dessa qualidade”, explicou Machado.
Foco nas vendas online
Atualmente, em média, um supermercado tem um mix de cerca de 40 mil itens e levar esse volume para o ambiente online não é uma tarefa fácil. Contudo, com a ajuda da tecnologia e de ferramentas específicas, é possível melhorar a experiência digital do consumidor. E o investimento na digitalização dos dados pode ser a resposta.
Essa tarefa pode ser feita com base em duas frentes: no recebimento dos produtos, quando podem ser captadas as informações da embalagem por um software; e o acesso à ficha técnica da mercadoria. Em uma pesquisa feita pela Bain & Company em parceria com o Google nos Estados Unidos, foi constatado que o supermercado é a primeira opção para 68% dos participantes se tiverem que fazer uma compra online. Dos que responderam, 4% escolheriam um mercado exclusivamente digital e 11% optaram por marcas omnichannel.
Para alavancar os números de transações online, tanto no Brasil quanto no exterior, Wellington acredita que é preciso oferecer informação validada e segmentar melhor a oferta. “Hoje, o varejo consegue entender bem a demanda do seu cliente por conta dos programas de fidelidade. Ele pode usar essa identificação combinando o conhecimento sobre o cliente com o produto que ele busca” complementa o CEO da Simplus.
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